Se em nós a solidão viver sozinha,
sem que nada em nós próprios a perturbe,
cada figura passará rainha
na antiguidade súbita da urbe.
Um acento de pena irá na linha
vincar a eternidade de figura
a um rosto que quase só caminha
para dentro de o vermos pela pura
substância em si que vive a solidão
dentro de nós. E sendo nós só margem
do seu reino de ver por onde vão
as figuras passando na paisagem
de um antigo fulgor de coração
aonde passam desde sempre. E agem.
Fernando Echevarría (poeta timorense)