31.12.09

O sonho foge das pálpebras


O sonho foge das pálpebras
A quarta vela exausta
Dentro adormece o mar.

Os amuletos, tuas partes visíveis
Começam dentro do ar
O chamamento da deusa, metamorfose
De uma rapariga em mil e uma portas
Que o céu tilintado abre ao javali

Agora só nos resta para escaparmos
À noite o claro susto das constelações
A falésia do amor
Onde nasce e tomba
E ressuscita
O séquito das mãos
A garça e o falcão.


Gil de Carvalho