Volto à praia, agora vazia,
e descalça caminho
imprimindo meus passos
na areia escorregadia.
A onda espuma-se branca e fria
molhando, atrevida, meus pés
numa investida mansa
que me arrepia.
De novo, a lembrança
de nossos corpos suados,
abraçados e nus
sob um sol ardente
num coqueiral distante.
Revivo-a na fantasia
da adolescência perdida,
na voz sensual que o mar murmura.
Uma gaivota mia
como um gato assustado
despertando-me da imagem,
como se me trouxesse um recado.
E reparo no contorno
na areia húmida desenhado
E deito-me ali, a teu lado
sentindo o teu abraço por magia.
Isabel Branco