Parti com o vento. O mar cheirava a sal.
Rangiam mastros, estalava a quilha,
mas ganhando a distância, milha a milha,
o meu barco vencia o temporal.
Finalmente aproámos a uma ilha
envolvida num tépido areal,
onde não vimos rasto de animal,
mas que cheirava a sândalo e a baunilha.
Seria o céu? À sombra de um coqueiro
repousavam asas do veleiro
como asas dum pássaro doente...
Bananeiras, hibiscos e bambus,
leite de coco, sumo de cajú...
Seria o céu?, Talvez, mas sem serpente.
Fernanda de Castro