galgo num olhar o verde que se estende
lentamente
e veloz recuo no tempo
galgando os campos da minha infância
sorvo o doce profundo da natureza
imanente
no hálito fresco e húmido da manhã
gotas de orvalho cintilam
como lágrimas
num rosto de inefável beleza
a paisagem palpita
de luz, cores, odores, sons
- em tropel as sensações
fecho os olhos - a volúpia antiga:
tudo retenho
pintado
numa tela de retina
algo se funde em mim
Teresa Souto