2.8.09

Em gotas de ametista e de mamilo



Em gotas de ametista e de mamilo
sorvendo hoje nos favos da romã
escorro vale extenso e, de tranquilo,
o grande olhar de ontem amanhã.

Firme de barco, de terra e de castelo
navegando com o rosto no levante
na paisagem do tempo te congelo
ó múltiplo de ser, ó cada instante!

Com raízes de partida e de chegada
eu bendigo o dia e dou-lhe a mão
abrindo em flor na crua madrugada
para beber o céu e conhecer o chão.

Na pupila do tempo me suspendo,
espero o rio para invadir o monte
e no fervor da sede e do tormento
sou o jorro da fonte que que me irrompe.


Salette Tavares