24.1.08

Cantos do meu País



Canto as mãos que foram escravas
nas galés
corpos acorrentados a chicote
nas américas


Canto cantos tristes
do meu País
cansado de esperar
a chuva que tarde a chegar


Canto a Pátria moribunda
que abandonou a luta
calou seus gritos
mas não domou suas esperanças


Canto as horas amargas
de silêncio profundo
cantos que vêm da raiz
de outro mundo
estes grilhões que ainda detêm
a marcha do meu País



Julião Soares Sousa (poeta guineense)