24.1.08

Socopé


Os verdes longos da minha ilha
são agora a sombra do ocâ,
névoa da vida,
nos dorsos dobrados sob a ca
rga
(copra, café ou cacau - tanto faz).
Ouço os passos no ritmo
calculado do socopé,
os pés-raizes-da-terra
enquanto a voz do coro
insiste na sua queixa
(queixa ou protesto - tanto faz).
M
onótona se arrasta
até explodir
na alta ânsia de liberdade.




Maria Manuela Margarido (poetisa sãotomense)