Longe embora cidade paráclita
a língua se nos cola ao céu da boca
se vier o olvido.
Banhas-te connosco em águas de desterro
flutuas sempre por nossa boca
nas praias da memória.
Nos dias mais soalheiros da diáspora
és tu quem materna vem dizer «aqui estou»
à emoção que nos habita.
Marulham outras águas aqui
mas quando as invocamos é Baía do Espírito Santo
o nome que nos corre à boca.
São lembranças que viajam para ti
mãe estuante que nos deste o leite e o mel
hoje por tão longe dissipados.
Fonseca Amaral
Moçambique
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