Lindo o orvalho que pela manhã
cobre de pranto a flor do jardim...
Lágrima de saudade, talismã,
que a natureza chora sem fim...
Lindo o orvalho que pelos olhos
dos amantes, manso e terno desliza.
Gotinhas que caem aos molhos,
fonte que não se concretiza.
Lindo o orvalho que o sol desfaz...
Na húmida contemplação da vida,
pérolas que a madrugada faz.
Lindo o orvalho, diamante de água
que a verde folha retém agradecida
após exausta noite de fria mágoa!
Isabel Branco