21.3.10

Ilha de Moçambique


(Coro da tripulação da Escuna)


A treze de Outubro
do meio do mar
uma nova terra
redonda e suave

surgida da funda
densa claridade
ali está pousada
na onda que há-de

puxar nosso barco
à areia tão clara.

É uma ilha toda
com fecho de prata
- sua fortaleza
muito bem lavrada

em pálidas pedras
que se transportaram.

E palmares e casas
ao pé de outros bairros
descidos na terra
que se amolda e talha

para gente negra
tão esbelta e tão grave.

(As mulheres compõem
por sobre a paisagem
um estranho contorno
de tonalidade).

E tudo parece
estar há muito exacto
para este momento
que vamos marcar

nas ramadas firmes
nas nuvens mais altas
no tempo que fica
por onde passámos.


Glória de Sant'Anna