A sentinela vinha. Cruzava os pés à porta
do meu jardim.
A sentinela da porta
das portas do meu jardim vinha
à hora primitiva.
Chegava. Cuspia na minha relva.
Como para render homenagem
ao meu sangue. É tão fácil
fazer a retrospectiva!
A sentinela vinha. Cruzava os pés à porta
do meu jardim. Cuspia na minha relva.
Enumerava as portas do jardim.
Perdido em declamações que acabavam
à porta das portas do jardim
não recordava os seu filhos. Suas trevas.
Seus caminhos.
Era o seu poema. A porta das portas do jardim.
João Maimona (poeta angolano)