25.1.10

A parasceve



A parasceve
hei de chorar amargamente

É noite
em plena
tarde

e treme
toda
a terra

rasga-se

o véu do
Santo
re-
surgem
os mortos...

e tanto
não bastou

a tanta solidão...

oh mundo
fero

tão longe
do Senhor

e imerso
em Azrael...

jamais
houve
na Terra

maior
desamparo...

e
uma
tênue
esperança

repousa
além

do abismo
e por um fio
na palavra
da Palavra

Marco Lucchesi
Brasil