Houve um tempo em que Abril foi madrugada
e rimou com o teu rosto,
mas agora é sol-posto
e não se vê mais nada
com que rime senão a funda decepção
de uma promessa adiada.
Houve um tempo em que Abril foi a gaivota
azul do teu olhar,
mas perdeu-se da rota
e deixou de voar.
Não nos cabe, porém, desanimar:
Abril acaba sempre por voltar.
Torquato da Luz