A corcunda não me pesa, ossos quebrados foram
asas qual nuvem sem voo. Sou velha, mas as letras cirandam-me
como anões em desígnios florais. Era bela
quando a noite tingia os rostos e a morte não me via.
Se a morte não estava dizia o rito, íntima
da manhã e do pão quente ponderava
o que havia de promessas sobre os móveis
Era bela agora apenas deixo o corpo
abreviar-se e resisto aos livores do sono
A solicitude das raparigas solteiras
e peras cozidas para ajudar à digestão
sobrevivem-me
Andreia C. Faria