amo-te em azul. beijei-te em azul claro
quando claro eram os lábios.
um azul forte correu nos meus ombros
quando os teus ombros foram mais fortes que os meus.
doce e suave era o azul que amei no teu corpo
quando o meu corpo começou a entardecer.
em azuis quase verdes desmaiei os meus olhos
quando os teus me devolveram um azul quase cinza.
é azul o meu desespero
é de azul o meu desencanto
azul frio azul mordente. azul acutilante
e o medo que escorre na minha garganta
é mais azul que o azul metalizado do diamante
são azuis os teus dentes
tão azuis e tão brilhantes que deixam
na minha pele marcas de serpente.
marcas para sempre.
Isabel Mendes Ferreira
Angola
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