Trémulas ao horizonte as mãos procuram-te
em surdina ausculto o ritmo da morte
no musgo dos corpos
o silenciar do crepúsculo
são rosas o que agora sustenho nas mãos
uma infância de espinhos e um jardim de dor
Sílaba a sílaba procuro
no exíguo ardor das palavras
o amor
morto na vigília dos dias percorro o silêncio da
memória
e por todo lado diluem-se sombras
homens em pedaços na ferrugem calcinados
alumiam fervorosamente
o imenso barco da vontade
Francisco Muñoz
Moçambique
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