Nesta madrugada acordei
com o meu peito em flor.
O meu lençol branco
onde ontem me acostei,
estava esverdeado de árvore
e de amor.
Gradeados por raízes
meus lábios febris e ardentes
beijaram o nevoeiro
e meus olhos feirais e quentes
saíram do viveiro do meu rosto
e na alvorada um olhar ficou posto.
Voltei ao quarto e a ti.
Escorreguei nos flancos
das colmas do teu corpo
porque chovias suor abundante.
A noite caiu por sobre a tua ausência.
Fiquei só, com o meu lençol branco,
com tudo aquilo que sou
e mais o pranto!
José Pastor
Moçambique
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