O ronco da sirene à entrada
da barra traz o jovem às
portas enchameadas do deserto.
O olhar vai espancado nas
águas inflamadas, para o vão
das escadas iam sentir o
lume das salivas, o cabelo
desfeito no céu das calçadas.
Vais ficar sem canções,
tigre baleado, os dedos destronados
do peito, coração encordoado
na rocha dos fulgores.
E o brilho que nos varais
o mar entrança não é senão
o esgar do adeus, giz da boca,
cinza mordida que voa
para o último crepúsculo.
Fernando Luís