Que maravilha de cor que azul e branco
nos teus ombros de pele alvoroçada!
Que recortada flor nos sedimentos
de um sol nascente e lassidão marcada!
Que distorção correcta e que alimento
de renovada fome enquanto o nada
aparece fortuito enquanto o vento
é cortina de pedra e não nos fala!
Que paz ou sombra... Não - que cumeada
a percorrer com o gesto em desalinho
em confusão de voz desatinada!
O sol está perto e longe do destino
vai-nos encher ou não de flores de vinho
que se esperam em espera tão esperada
João Rui de Sousa