Era a Ilha das frescas madrugadas,
era a Ilha dos cálidos poentes,
das aves a cantar, em revoadas,
do cheiro a mel e a flor dos dias quentes.
Longas fitas, lianas ou serpentes,
enroscam-se nas árvores copadas.
Germinam, silenciosas, as sementes
se a chuva cai em bátegas pesadas.
A noite desce, aos poucos, sobre a Ilha
como arrendada, tépida mantilha
de fios de ouro, de luar azul.
Há sussurros de insectos na folhagem
e um cheiro a mar, o apelo da viagem
que chega em ondas e que vem do Sul.
Fernanda de Castro