De novo o meu veleiro sobre os mares.
Lá vai galgando as ondas, à procura,
não de oiro ou de rubis mas de aventura,
deixando para trás a Ilha e palmares.
Ao sabor da fortuna e mil azares,
a vida no veleiro é amarga e dura,
mas eu não quero glória nem ventura
e nem sequer a paz dos deuses lares.
Quero aportar a um novo Continente,
com outras ambições, com outra gente,
ao raiar no horizonte a nova aurora.
Avante, pois! Desdobra as tuas velas
como asas no meio das procelas,
e vamos, meu veleiro, vida em fora!
Fernanda de Castro