19.3.08


Quando nascemos entramos

Quando nascemos entramos

no nome pela voz dos pais:
- Dinis Albano...
Íntima e sonora identidade.
Chamam-me e volto
a cabeça, dissuadido.
Na voz de uma mulher
os nomes são
interiores a nós.
(Na dum polícia, desprendem-se,
como se apenas
os envergássemos.)
Um amigo dirige-se-nos,
e as letras do nome
- tu?!... - correm de doçura.
Um dia, o nome,
por capricho duma veia ou dum fonema,
ocultamente, esvai-nos.
E por detrás dele,
alheados dos cultos,
nem sabemos da sua
cessação.

Sebastião Alba