2.12.07


Sonho absurdo


Dia de chuva na cidade
triste como não haver liberdade.

Dia infeliz
com varões de água
a fecharem o mundo numa prisão.
E alguém a meu lado com voz múrmura que diz:

«está a cair pão.»

Ah! que vontade de gritar àquela criança seminua
em pão nem sol de roupa:
«Eh! pequena! Deita-te na rua
e abre a boca...»

(Dia em que urdo
este sonho absurdo).

José Gomes Ferreira