Se tu soubesses
que em todos os portos do mundo
há uma mão desconhecida
a acenar - adeus, adeus - quando se parte prò mar;
Se tu soubesses
que o mar não tem fronteiras nem distâncias
é sempre o mar;
se tu soubesses
a noite nas águas
onde os barcos são berços
e os marinheiros meninos a sonhar:
se tu soubesses
o desamor à vida quando o vento grita temporais
e a morte vem abraçar os homens na espuma das vagas;
se tu soubesses
que em todos os portos do mundo
há um sorriso
para quem chega do mar;
se tu soubesses vinhas comigo prò mar.
Vinhas comigo prò mar
embora as nuvens do céu
e os ventos que vêm do este e do oeste, do sul e do norte
digam ao mundo que vai haver o temporal maior que todos!
Manuel da Fonseca