Foi sobre a relva orvalhada
pelo frescor de um riacho,
quando o sol obliquava
e em volta era tudo selva,
que eu comi uma pantera
escura, feroz, inglesa,
com o cheiro de violetas
debaixo dela e de mim.
(Fulva para quem quiser
modas pré rafaelistas,
a pantera! Tanto faz!
Ou morena. Convenção
como convém a uma inglesa
convencional, de ocasião.)
E quando nos despedimos
– era noite, havia estrelas –
disseste com essa fleuma
que tão mal me fica a mim:
– I'll see you later. Do come.
Vem amanhã tomar chá.
Eu gostar muito de ti.
Ruy Cinatti (poeta timorense)