25.11.07

Poema de amor



Ser a atmosfera
que respiras,
conter-te em mim
como numa redoma,
entrar-te pelo olfacto,
assim como as aspiras
invisíveis, do aroma...

Ser teu ambiente,
ser teu espaço circundante,
sentindo em mim roçar,
constantemente,
teu gesto palpitante...

Ser o silêncio
em que te enfurnas,
guardar teus
lentos pensamentos,
pelas horas noturnas...

Ser o teu sono,
sentir-te assim
como ninguém te sente
- abandonado
completamente
completamente esquecido
em mim...

Oh! meu prazer!
- sentir-te
e penetrar-te;
- em toda hora,
em toda parte,
gozar teu ser!
Sem que
o pudesses perceber;
- ser por ti absorvida;
- encher com minha vida
a tua vida


Gilka Machado
Brasil