Meu irmão, meu irmão branco,
de cor, como eu também!
Aceita a minha aliança.
Bebe o meu sangue no teu.
Se te sentires timorense,
bebe o teu sangue no meu.
Lenço enrolado nas mãos,
apertadas, pele na palma.
Não o quero maculado.
Quero-lhe mais que à minh´alma.
É penhor de uma aliança.
Quero-lhe mais que à minh´alma.
Tenho o meu coração preso
a um símbolo desfraldado;
um desenho atribuído,
pelas minhas mãos hasteado.
Não piso a sombra de um símbolo
pelas minhas mãos hasteado.
No Tata-Mai-Lau aprendo
alturas que ninguém viu
na terra de Português.
Hasteei-lhe uma bandeira.
Timor deu volta ao mundo.
Hasteei nele a bandeira.
Ruy Cinatti (poeta timorense)