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tempo é de procurar. não de investir
por tardados caminhos sem parança,
do soletrar apenas do sentir,
do resguardar das mãos em sua ousança.
tempo de naves indo, sem curar
dos riscos que à tomada se prevêm
e recobrar do vento o seu andar
ou impelir os rios que se retêm.
tempo de (retornando à boca) se embeber
do sumo doutra e, exultante,
da cascavel da língua pretender
o golpe mais certeiro ou mais errante.
tempo de embalos, sim, se se quiser
eternizar a alba a cada instante.
Hugo Santos