Soturnidades suspensas palpitavam no escuro
Soturnidades suspensas palpitavam no escuro
como pulsações sombrias de ngomas
Havia ecos de falas abafadas
Longínquos sons que o vento move
Cavando distâncias na distância
Fatais
como a queda livre de uma pedra.
E esfiavam-se vidas em murmúrios...
E havia olhos postos no caminho...
E eu sentia
que a marca dos meus passos
Calava vozes nas cubatas
Acordava silêncios no negrume.
Arnaldo Santos (poeta angolano)