6.2.09

Viagem na Noite Longa



Na noite longa
minha alma
chora sua fome de séculos

Meus olhos crescem
e choram famintos de eternidade
até serem duas estrelas brilhantes
no céu imenso.

E o infinito se detém em mim

Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma
E eu choro marítimas lagrimas
Enquanto meu desejo heróico
de engolir os céus se alarga e já
é céu.

Tenho então a sensação
esparsamente longa de vogar no absoluto.


Mário Fonseca (poeta caboverdiano)