16.9.07


Enigma

Os que a ouvem quando a chuva
bate nos vidros – a chuva mais fria,
a de dezembro, ou a que desce
das montanhas, durante a noite – não
sabem por quem ela chama. nos seus lábios
de musgo, os nomes confundem-se num
gemido antigo; e os que encostam o ouvido
aos vidros, interrogando o outro lado
da janela, nem assim distinguem
um pouco mais do que é lícito saber,
ao homem, do que se passa na terra.


Nuno Júdice