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Vi um batuque,
baque,
bacanal!
E fiquei de olhos cansados
— pobres selvagens! —
a ver horas e horas
rolar a mesma dança
doida...
Mole e sensual
meneio de ancas e de ombros
num desvairo:
Bebedeira bamba
duma cópula carnal!:
Gemidos
idos
daquela
goela
que se enrouquece
nesse compasso
passo
dum contra-tempo,
tempo de outro compasso,
no passo da dança dela
que me extasia...
... A negra nua
e macia,
rolando pelo mole
desejo
dele...
António Pedro (poeta caboverdiano)