3.9.11

Outras vozes me chegam da cratera


outras vozes me chegam da cratera
de uma flor de uma casa de uma agulha
e murmuram os nomes do verão
e ancoram seus barcos de veludo

outras vozes se vestem de infintio
abertíssiomo chão sem armaduras
vacilantes os pés na orvalhada
semente da maçã à noite ao escuro

outras vozes arriscam outro grito
um turbilhão de aragem delirante
na bárbara visão impossuída

outras vozes se escondem na loriga
com que marte se cobre quando entende
certas vozes da tua mão na minha


Olga Gonçalves