21.5.07

A morte para o justo é recompensa


XX

De radiosas virtudes escoltada
Deste imaturo adeus ao mundo triste
Co(m)´a mente no almo pólo, aonde existe
Bem, que sempre se goza e nunca enfada,

À fouce, a segar vidas destinada,
Mansíssima cordeira o colo uniste;
O que é do céu ao céu restituíste,
Restituíste ao nada o que é do nada.

E inda gemo, inda choro, alma querida,
Teu fado amigo, tua dita imensa,
Que em vez de pranto a júbilo convida!

Ah! Pio acordo minha mágoa vença;
É cativeiro para o justo a vida.
A morte para o justo é recompensa.


Bocage