Tapas os caminhos que vão dar a casa 
Cobres os vidros das janelas 
Recolhes os cães para a cozinha 
Soltas os lobos que saltam as cancelas 
Pões guardas atentos espiando no jardim 
Madrastas nas histórias inventadas 
Anjos do mal voando sem ter fim 
Destróis todas as pistas que nos salvam 
Depois secas a água e deitas fora o pão 
Tiras a esperança 
Rejeitas a matriz 
E quando já só restam os sinais 
Convocas devagar os vendavais
 
Maria Teresa Horta
 
