Deuses
                                         
Terríveis vos senti sempre                                                       Na imaginação.
                                                      Mas faltava-me a pânica emoção
                                                      De ver o vosso rosto verdadeiro,
                                                      Máscara desumana,
                                                      Sem possível piedade reflectida
                                                      No riso alvar e no olhar vazio.
                                                      Retratou-vos, temente, um trágico canteiro
                                                      A macerar na pedra os próprios pesadelos.
                                                      E é na mão do tempo corrosivo
                                                      Que confia
                                                      Quem, mortalmente vivo,