14.2.11

O que sabem recordar as minhas mãos



O que sabem recordar as minhas mãos
senão algumas facetas do teu corpo,
neste artifício vivido?

Eu já não sei se te amo quando te escrevo
ou se te escrevo quando te amo.
Mas o melhor seria esculpir-te!

Eu gostaria de esculpir-te
agora nesta página tão aberta ao relento,
mais vil metal fazer-te
ao coração o amor tão puramente gravado
para que permaneças sempre viva
e acesa às gerações,
essa vaidade sintam os outros
e gozes do privilégio de quem soube amar a felicidade.


Adelino Timóteo
Moçambique