à frente da história seguem os heróis
os santos e os poetas. e os que sobram
da provada culpa do vento, marinheiros
de cana rapados à venérea idade
do mar. e os que viemos depois
na cauda do açoite
mover os braços reter o corpo
para cá da barra, e a voz
de piratas trincados pela raiz.
daqui nos damos notícia, corsários
do medo auriculado na gengiva
dos séculos. e dos que partiram
sem barco de feição ou anel
para os dedos abertos no pródigo mês
da idade.
já nada nos destrói. nem a lágrima
encalhada na denticula vegetal para o amor.
nem ela.
David Mestre
Angola