Era um dia de outono nevoeiro,
eu caminhava ao longo de uma costa
por mar batida, num carreiro,
depois de fazer parar a mala-posta.
Um pouco afastadas da falésia
algumas árvores meditavam ao ar livre,
aproximei-me: logo ali, sob uma delas,
encontrei a folha que faltava no meu livro.
Tratava-se de um volume de epístolas
arrumadas entre cartas de jogar,
cerrado ao peito como uma pistola
ás de copas recolhi para disparar.
A noite ia passar naquelas bandas,
já lobrigara estalagem o cocheiro
marcara quarto simples na “Old England”
de cuja ceia rescendia sóbrio cheiro.
Depois da janta adormeci sobre a lareira
de “whiskey” e charutos carta ao fogo,
logo para a mesa estalajadeira,
refeito, me conduziu a novo jogo.
O cocheiro dormia agora a sono solto
bebidas “pints” outro ás ganhava belo
sonhei que partia para o monte
a câmara rubra levou ela contarelo:
“Arcelo, Arcelo,
deita o teu cabelo
cá abaixo de repente,
quero subir imediatamente!”
Era uma narrativa popular
que subia, à torre subia e subia
o tempo a desenrolar-
-me a estalajadeira e o fâmulo na via.
Alexandre Vargas