8.1.11

Poema da vitória e do ódio


poderíamos seguir adiante
e em cada nova estrela escrever um poema
cansados de amor
sonolentos esperaríamos o novo sol
perfilados na quietude
para sempre
mas ergam-se os nossos corpos
na morte e na vitória
renasceremos juntos
em nossas terras finalmente autênticas
agora nas ruas ameaçadas
construamos o mundo original e livre

o apelo dos amigos perdidos
gritado e poderoso
em cada punho cerrado
assiste presente e mudo

e ai dos que nos negam
que tudo pereça em volta
em sepulturas de sangue
nos cemitérios de terror


Armindo Caetano de Sousa (Moçambique)