Se tu és o meu pedaço de carvão
eu sou o meu giz quebrado e meu lápis preto
Se tu és a minha porta proibida
eu sou a lâmina da tua navalha
Se tu és um dedo que me afaga
eu sou o amor comido pela morte
Se tu és uma gota da noite
eu sou a tua máscara de sangue
Se tu és o silêncio do sol
eu sou o azul imobilizado
Se tu és o fogo oculto
eu so a montanha amarela
Se tu és a minha parede âmbar
eu sou o teu monossílabo verde
Se tu és o tempo petreficado
eu sou as hastes quebradas do veado
Se
tu
és
eu
sou
Fernando Ramires