2.1.11

As manhãs assim puras formuláves


as manhãs assim puras formuláves
por um sopro de amor de outras esferas
as manhãs assim dentro incendiadas
por nomes que da escada fazem guerra

as manhãs assim hora já volátil
junto ao tiro de caça junto ao remo
as manhãs bloqueadas neste lado
pelo trágico limbo do meu gesto

as manhãs assim margens divididas
que me cercam e viram contra o espelho
e depois lentamente me desdobram

as manhãs esticadas na colina
já pressentem a força que tu és
em nocturno e galáxia fabulosa


Olga Gonçalves