5.1.11

Ainda é tempo


Ainda é tempo
De salvar as buganvílias?

Quando os crucifixos
Caíram, sem mostras
De indignação,
As cidades ergueram
As portas contra
Poetas e vagabundos
Os leitos dos rios
Se recusaram
A encaminhar as águas

Onde procuram
Um grito de dor
De revolta,
De desobediência

A não ser no recanto
Mais evidente
Das cidades bombardeadas?


Ângela Marques