Mas eu sei que não é!
mas eu sei que não é!
esta cidade,
a terra desta gente,
a terra do trabalho que consome
e que contenta
e mata a fome;
esta cidade de calor,
com sangue
e carne
e fel
e amor
e corpo de cidade;
que é cheia de trabalho e de suor
e força
e dignidade;
cidade com as cores do arco-íris,
que o sol acorda e pinta
com as tintas de sangue da paleta inquieta
dum pintor
que além de ser pintor inda é poeta;
a cidade que vibra intensamente
e grita
essa mensagem quente de vigor
e de ansiedade
que é o sangue da gente misturado à cor
da cor
duma cidade;
esta cidade quente
fantasiada com a luz potente
do sol
e da manhã;
cidade que recebe do trabalho
a condição humana;
terra que o sol queimou para a tornar mais sã;
é feita com a força consciente
da luta continuada desta gente
que vive
e sofre
e ri
e canta
e sente
e encharca de suor os dias da semana!
Cochat Osório
Angola
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