11.12.10

Deambulas pela noite


Deambulas pela noite
como cão ao abandono
enquanto num alto andar
um homem cercado
quer dormir e ficar acordado

Nem só os cães esgravatam
homens procuram batatas

Vestida de noite a morte passeia
entre automóveis vazios
as órbitas espreitam nas janelas apagadas
e vem com passos de ladrão
ou sátiro


António Borges Coelho