Segui brechas sombrias de ritmos
sulcadas na mbila dum povo alegre
segui flautas, frémitos, pausas, silêncios...
timbres de vozes inchadas de vertigem
segui célere,
ritmos do meu povo
timbres de vozes isoladas
e no verso,
um povo cruzado em favos.
Segui brechas sombrias de ritmos
no instinto e na origem
timbres do meu povo
segui vísceras,
no ventre duma lágrima
ténue, e devagar...
Ritmos do meu povo
Segui brechas sombrias de ritmos
e nos escombros da vida dum solo
encontrei uma palavra,
encontrei uma penumbra
dum menino alegre colorido de lágrimas
com um tambor de nada ás costas
baquetas de ferro em punho e carnívoras
naquele menino da pátria feliz!
naquele menino feliz cruzado de sonhos!
naquele menino feliz pousado de canto e que canta!
Ritmos do meu povo,
segui brechas sombrias de ritmos.
Noé Filimão Massango
Moçambique
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