12.2.09

Joanesburgo




A solidão emprego ao galopar as cidades
desutilizo-a ao atravessar as ruas. O medo
nunca é o melhor dispositivo para decifrar
os estranhos e vagos nomes que as identificam.
Bastam-me as mãos nos bolsos para combater
o inesperado na esquina desconhecida.

Na Europa dizia-me amante das grandes cidades,
desafiava-as de peito aberto. Nem os atalhos
das prostitutas dos proxenetas e outros da espécie
me obrigavam a vestir os agasalhos do medo.

Tão longe de Lisboa, Madrid ou Londres.
Sem sair desta minha tão maternal África.
Assalta-me o medo da cidade. Eu que me
julguei urbano desde o minuto primeiro
que Maputo, com outro nome, de mim deu conta.

Nelson Saúte
Moçambique