A solidão emprego ao galopar as cidades
desutilizo-a ao atravessar as ruas. O medo
nunca é o melhor dispositivo para decifrar
os estranhos e vagos nomes que as identificam.
Bastam-me as mãos nos bolsos para combater
o inesperado na esquina desconhecida.
Na Europa dizia-me amante das grandes cidades,
desafiava-as de peito aberto. Nem os atalhos
das prostitutas dos proxenetas e outros da espécie
me obrigavam a vestir os agasalhos do medo.
Tão longe de Lisboa, Madrid ou Londres.
Sem sair desta minha tão maternal África.
Assalta-me o medo da cidade. Eu que me
julguei urbano desde o minuto primeiro
que Maputo, com outro nome, de mim deu conta.
Nelson Saúte
Moçambique
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