Para rir com olhos tristes
Estão sentados
com olhos claros
e frente a frente
mostrando através dos lábios
e de súbito
agudas pontas de alfinetes
Tombam as palavras
em branda frase
fluentes
e entre cada
tão súbtil ao pensamento
gumes de espada
E mãos paradas
ou antes
pegando gráceis
no cristal frágil tonalizado
pelo vinho puro
ainda marcado do sol nas
folhas da ingénua vide
E olhando em volta
(perfis e faces e frontes altas
sorrisos ágeis, pupilas frias)
não volto as costas
à hora exígua
só me pergunto que faço aqui
Glória de Sant'Anna