Fins de Junho
Sinto-me olhada a furto.
Olham-me,
espiam-me
com modo céptico
e meio terno.
Entra em mim,
torna-me inteira
um estranho retraimento,
desdém,
ou indiferença.
A minha vontade é de fugir,
de me libertar,
de me recuperar...
Depois, fora,
oprimida
e entristecida,
desejo reconstituir,
sem saber bem como,
o fio trémulo da vida...
Desejo sentir-me apreciada,
enobrecida!
Irene Lisboa